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Evolução de Assassin's Creed: Da Origem aos Novos Horizontes da Série

Explore a trajetória de Assassin's Creed, desde Altair até Mirage e além. Descubra como a série evoluiu em mecânicas, enredo e ambientação, conquistando milhões de fãs e expandindo seu universo para além dos games tradicionais.

24/09/2025
10 min
Evolução de Assassin's Creed: Da Origem aos Novos Horizontes da Série

Evolução da série Assassin's Creed: de Altair a Mirage e além

Desde o lançamento do primeiro jogo em 2007, a franquia Assassin's Creed revolucionou o universo dos games, transitando de uma aventura de ação sobre assassinos medievais para uma série épica repleta de mecânicas de RPG e enredos enigmáticos. O título inicial estabeleceu os fundamentos: parkour livre pelos telhados, furtividade entre multidões e combates baseados em contra-ataques com espada. O conflito central - a guerra entre a Ordem dos Templários, que busca controlar a humanidade, e a Irmandade dos Assassinos, defensora da liberdade - já estava presente desde o início. Ambientado nas Cruzadas em Jerusalém, Assassin's Creed I introduziu os conceitos de parkour e stealth que permaneceram centrais mesmo com as inovações dos títulos seguintes. Segundo os desenvolvedores, Mirage trouxe a série "de volta às origens". Além dos jogos, a franquia se expandiu para quadrinhos, livros e até filme, mantendo sua mensagem principal. Em 2016, mais de 100 milhões de cópias haviam sido vendidas, consagrando Assassin's Creed como um dos maiores projetos da Ubisoft.

De Altair a Ezio - Assassin's Creed I a Revelations

Ezio em Veneza em Assassin's Creed II

No papel de Altair Ibn-La'Ahad, já no primeiro jogo, o jogador encontrava figuras históricas e lendas sobre os "Precursores" (Isu) - uma antiga raça responsável pelas tecnologias conhecidas como Pieces of Eden. O legado dos Precursores e seus artefatos tornou-se o pano de fundo da série, justificando muitos dos conflitos. No entanto, a narrativa central sempre girou em torno do embate entre a corporação moderna Abstergo (os Templários contemporâneos) e a Irmandade dos Assassinos. A Abstergo buscava, através da máquina "Animus", acessar memórias ancestrais para encontrar artefatos, levando o jogador a reviver missões retrospectivas entre os séculos XI e XIII. Os primeiros jogos destacavam o parkour livre pelas cidades, enfrentamentos com múltiplos inimigos (sistema de contra-ataques) e mecânicas básicas de stealth, como "misturar-se à multidão" e a visão de águia.

Assassin's Creed II, Brotherhood e Revelations transportaram a saga para o Renascimento italiano. Ezio Auditore, em cidades como Florença, Veneza e Roma, rapidamente conquistou os fãs - muitos consideram suas aventuras entre as melhores da franquia. Essas edições expandiram o sistema de combate (duas lâminas ocultas, armas arremessáveis, combos de ataques), aprimoraram o parkour e introduziram armadilhas. Os desenvolvedores focaram na dinâmica e verticalidade, tornando o parkour mais fluido e veloz - uma abordagem resgatada em Mirage. Apesar da continuidade na jogabilidade, o enredo crescia: da jornada pessoal de Ezio ao contato com os últimos Precursores em Constantinopla. O Animus continuava a conectar passado e presente, revelando mistérios que se tornaram uma marca mística da série.

Da América à França - Assassin's Creed III, IV, Unity

A trilogia seguinte ampliou a escala dos jogos. Assassin's Creed III (2012) levou a ação ao Novo Mundo, durante a Revolução Americana (1753-1784). Após três anos de desenvolvimento, o novo motor gráfico Anvil Next permitia até 2.000 NPCs simultâneos, essencial para recriar grandes batalhas. O cenário se expandiu: florestas, montanhas e vilarejos substituíram as "selvas urbanas" da Itália, com foco em ambientes naturais e combates épicos entre Templários e colonos.

Em Assassin's Creed IV: Black Flag, lançado no ano seguinte, o protagonismo foi do mar: pela primeira vez, os jogadores controlavam navios, navegando pelo Caribe, enfrentando frotas templárias e explorando ilhas. Esta inovação refrescou o gameplay e tornou Black Flag um dos títulos favoritos dos fãs.

Assassin's Creed Unity (2014) retornou à Europa, durante a Revolução Francesa em Paris. O jogo impressionava pelo detalhamento da cidade e introduziu o modo cooperativo para até quatro jogadores. Apesar do gameplay familiar, Unity ficou marcado por problemas técnicos no lançamento. A atmosfera de terror e caos nas ruas de Paris, com fanáticos e multidões, realçava o trabalho furtivo do assassino Arno Dorian.

Assim, o período "América-França" demonstrou a capacidade da série de transportar jogadores de selvas norte-americanas a torres parisienses, mantendo os elementos de stealth e expandindo o mundo com novas mecânicas, como o combate naval de Black Flag.

Assassin's Creed Origins e a reinvenção RPG

Assassin's Creed Origins (2017) marcou uma virada, sendo a primeira da trilogia da Antiguidade e efetivamente "reiniciando" a franquia. A Ubisoft implementou mecânicas de RPG: Bayek ganhou níveis de personagem, árvore de habilidades, sistema de loot e missões, alterando profundamente o gameplay tradicional. Assim nasceu a "segunda fase" RPG (Origins, Odyssey, Valhalla). Origins transportou os jogadores ao Egito Antigo - das margens do Nilo às pirâmides - combinando furtividade com batalhas de larga escala no deserto. O parkour deu lugar a abordagens táticas, e o combate ficou mais caótico graças à variedade de armas e inimigos. Mesmo assim, os pilares clássicos não foram abandonados, apenas expandidos: "os três principais fundamentos nunca deixaram a série, apenas ficaram em segundo plano nos últimos anos" - afirmação que se aplica tanto a Mirage quanto a Origins.

Após Origins, Assassin's Creed Odyssey (2018) se passou na Grécia Antiga, com escolha de gênero, batalhas navais e ainda mais elementos de RPG. Já Assassin's Creed Valhalla (2020) retornou à Idade Média, levando os vikings à Inglaterra do século IX. Valhalla manteve o foco em RPG: a protagonista Eivor possuía um "nível global de poder" ao invés de níveis convencionais, e o equipamento concedia bônus de habilidades (com árvores específicas para combate ou stealth). Os criadores enfatizavam que Valhalla expandia o sistema de Origins/Odyssey sem romper com as raízes da série - ainda havia sincronização de torres, lâminas ocultas e missões furtivas, agora em ambiente viking. Assim, o RPG tornou-se o novo eixo, com as mecânicas originais integradas ao novo estilo.

Valhalla e Mirage - buscando equilíbrio

Valhalla representou o auge do estilo RPG: além das novidades já citadas, introduziu ataques a assentamentos anglo-saxões (incursões navais) e a construção de vilarejos próprios. Lutas contra multidões, navegação e elementos de sobrevivência a tornaram uma das edições mais grandiosas.

Interface do jogo Assassin's Creed Mirage

Assassin's Creed Mirage (2023) surgiu como resposta da Ubisoft ao desgaste de parte dos fãs com o formato RPG volumoso. Mirage se coloca "entre eras": resgata ideias originais, com mundo compacto e ênfase no stealth. Segundo os produtores, Mirage une o estilo clássico com as experiências acumuladas, aproximando-se das raízes, porém com toques modernos. A trama se passa no século IX, em Bagdá - a cidade é menor que a de Valhalla, mas com ruas densas e dinâmicas. O parkour em Mirage é propositalmente "oriental": Basim escala estruturas improvisadas e prédios abandonados, remetendo a Altair e Ezio, agora com animações aprimoradas facilitando o controle. A densidade urbana e multidões devolvem o protagonismo à furtividade clássica - vigilantes se perdem facilmente entre as pessoas, dando a Basim a chance de agir como um "assassino fatal à moda antiga". Mirage busca equilibrar RPG e stealth: mantém sistemas de assassinato e habilidades, mas sem a complexidade de dezenas de atributos como em Odyssey ou Valhalla.

O que se sabe sobre Assassin's Creed: Hexe e Beyond

Após Mirage, a Ubisoft anunciou novos horizontes. Durante a Ubisoft Forward 2022, foram revelados dois títulos: Codename RED (no Japão feudal) e Codename HEXE. Sobre Hexe, há poucas informações oficiais, mas rumores apontam para um clima sombrio: a história se passaria no Sacro Império Romano do século XVI, em meio a caças às bruxas. A protagonista, Elsa, busca vingar a mãe executada por feitiçaria. A Ubisoft já confirmou que Hexe está nas mãos da experiente equipe da Ubisoft Montreal, liderada por Clint Hocking, e será "de natureza totalmente diferente" em termos de jogabilidade. Insiders indicam que Hexe será mais linear e obscura (embora o mundo aberto permaneça). Quanto a Beyond, quase nada foi divulgado - trata-se, ao que tudo indica, de um futuro projeto ainda em segredo. Sabe-se apenas que a série seguirá evoluindo, com novos jogos integrados ao hub "Animus Infinity", mas detalhes sobre Beyond permanecem confidenciais.

Como Assassin's Creed mudou: mecânicas, ambientação, narrativa

Ao longo dos anos, a série Assassin's Creed passou por inúmeras transformações e diversificações. O gameplay original era centrado no parkour livre pelas cidades (estreado com Altair) e em combates diretos contra grupos de inimigos - elementos continuamente aprimorados: por exemplo, em Mirage, o parkour tornou-se mais acrobático e responsivo, evocando os primeiros títulos. A luta evoluiu de ataques simples de espada para combos complexos e animações renovadas (incluindo disparos e golpes de bastão nas versões mais recentes). O sistema de stealth também se transformou - nos jogos iniciais, era possível se misturar à multidão e eliminar o alvo no momento crítico; em Mirage, o aumento da densidade de NPCs ressuscitou o estilo do "assassino oculto".

O maior experimento foi a transição para as mecânicas de RPG em Origins, Odyssey e Valhalla: surgiram níveis de personagem, evolução de habilidades, árvores de talentos e loot, convertendo a série em um action-RPG. Em Valhalla, por exemplo, a tradicional progressão por níveis foi substituída por um "nível global de poder", baseado no desenvolvimento das habilidades. Mesmo assim, os elementos RPG complementaram, sem substituir, as raízes da franquia: sincronização de mapas, lâminas ocultas e assassinatos furtivos continuaram sendo essenciais.

Quanto ao enredo, Assassin's Creed cresceu de um simples "Altair versus Templários" para uma vasta mitologia. O confronto entre assassinos e templários atravessa eras: desde os Precursores (Isu) e seus artefatos - como as Maçãs do Éden - até os tempos modernos. Como bem definido, "o conflito entre assassinos e templários é a luta da liberdade contra a ordem", mas a série nunca retrata nenhum dos lados de forma unidimensional. Nos títulos recentes, destaca-se a trama corporativa da Abstergo: os templários, por trás desse nome, desenvolveram o Animus para reescrever a memória genética das pessoas e, assim, controlar a história. Em resumo, o enredo se complexificou: ao nível das missões históricas (passado - Animus), somam-se camadas modernas (empresas e tecnologia) e antigas lendas dos Precursores (Isu).

Os cenários de Assassin's Creed também mudaram com a evolução da série. As primeiras aventuras se passavam no Oriente Médio das Cruzadas, depois vieram a Itália renascentista e Constantinopla, seguidas pela América revolucionária, França, Londres vitoriana e a Antiguidade africana/helênica. A Ubisoft ressalta que a franquia já percorreu o mundo: da Grécia e Egito antigos a Londres e Paris, e agora mira novas regiões. Listar todos os cenários seria extenso, mas os principais incluem: Cruzadas, Oriente Médio medieval (Altair), Renascença italiana e Império Otomano (Ezio/Revelations), Nova Era nos EUA, batalhas navais caribenhas, revoluções dos séculos XVIII-XIX (Unity/Syndicate) e, por fim, a Antiguidade e a era dos bárbaros. O futuro Codename RED abordará o Japão feudal, Hexe explorará a Europa folclórico-religiosa das caças às bruxas, e Beyond será, provavelmente, um novo experimento.

No geral, a saga Assassin's Creed é um caleidoscópio dinâmico: suas mecânicas e temas narrativos mudam a cada capítulo, absorvendo tendências atuais (RPG, mundo aberto) sem perder as tradições do "assassino furtivo". Cada jogo mantém o parkour e o stealth no centro, mas ousa experimentar. A evolução da série foi impressionante: de um simples entretenimento sobre assassinos, Assassin's Creed se tornou uma história grandiosa sobre liberdade, destinos de civilizações e o papel da tecnologia na sociedade. O futuro promete reviravoltas ainda mais empolgantes, já que a jornada dos assassinos e seus inimigos continua.

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